31.10.06

Carta aos estudantes

POR UM DIRETÓRIO ACADÊMICO!!!


A idéia estava lá, dispersa, escondida nos recantos de cada uma das mentes dos alunos de Ciso em São Lázaro. Adormecida pela descrença na possibilidade de mudança, decepcionada com a repetição de bonitos discursos e pouca práxis. Não valeria mais a pena tentar, todo mundo já sabia o triste final do filme. Tudo o que nos restava era o conformismo consolador de que as coisas eram assim mesmo e pronto; melhor seria fechar os olhos, e apressar os passos pra ver se assim tudo acabava mais rápido.

De repente alguns amigos resolveram atrapalhar o sono da idéia. Mais uma vez seria só um leve despertar, afinal a idéia já conhecia essa história, lhe acordavam com buzinas e serpentinas, mas logo iam embora, e ela poderia voltar a dormir... Acontece que esses amigos foram fazendo amigos, o barulho foi ficando maior, já não dava mais pra idéia dormir, ela deu até um pulo da cama! Mas não é assim que se trata uma idéia; pra ela acordar tranqüila e saber que pode caminhar era preciso transformar o barulho em música. Era preciso harmonia e melodia.

Os amigos agora eram vários, e compuseram uma opereta chamada "Manifesto por um diretório acadêmico". A opereta foi sendo ouvida, e despertando a idéia de vários colegas que tiveram vontade de compor também, retocá-la aqui e ali e participar da construção de uma obra maior. A idéia então podia acordar sem susto, revigorada, e com motivos pra acreditar em si novamente! Ela se olhou no espelho e gritou: eu sou um diretório acadêmico de verdade!

A idéia agora tinha um nome, e estava confiante de que a maioria dos estudantes a apoiava. E não é que provou-se que sim? Elegeram-na por 121 a 79 a 35 a melhor idéia do ano!

Ela estava o tempo todo aí e nós a deixamos passar, pensávamos que ela era uma idéia pequenininha, solitária, e que ninguém mais gostava dela... O quanto errado estávamos! Faltava o óbvio, aquilo que a fazia ser o que é: mão na massa. Faltava era começar a fazê-la, organizá-la, espalhá-la. Faltava sair do conformismo, da preguiça, do discurso.

Faltava a práxis! Faltava não, ainda falta. Demos só o primeiro passo, mas essa idéia se alimenta de práxis, é daí que ela se nutre e se faz mais forte. Por enquanto o que fizemos foi apenas reconstruir a idéia através da práxis, ou seja, somos ainda puro discurso. Para a idéia não voltar a dormir é preciso fazer o mesmo que fizemos para acordá-la: práxis, práxis e práxis.

Alunos de Ciso, isso significa que vocês vão ter mais trabalho pela frente. Sim, todos vocês. Nós do D.A vamos criar os canais de aproximação entre UFBA e D.A. e entre D.A e alunos, mas vocês têm que usá-los. Sintam-se responsáveis vocês também. Não acabem de ler esta "carta" e sigam simplesmente como se não a tivessem lido. Abram suas agendas, anotem sugestões, demandas e críticas ao D.A agora. Esta é a diferença: não saiba apenas, faça. A distância entre as duas coisas é imensa e é ela que nos mantém tão longe de um D.A. de verdade.

Passem sempre pelo D.A., façam disto um hábito. Fazer é interagir com o mundo material, e só se faz isso através do trabalho, com dispêndio de força humana. Um homem muito inteligente já nos ensinou isso. Sigamos com diferentes ideologias, opiniões, visões para junto daquilo que nos une: um diretório acadêmico. E caso alguém tenha se passado e ainda não tenha percebido, o nome da nossa chapa "Por um diretório acadêmico" significa simplesmente "Por um D.A". É isso que queremos. Façamos juntos. OBS: Já anotou sua sugestão e passou no D.A. hoje?

Diretório Acadêmico de Ciências Sociais - UFBA (gestão Por um diretório Acadêmico!)